quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Bendita Crise... Ou, olhe sempre o lado positivo das coisas...



Olhe sempre o lado positivo das coisas... Mensagens otimistas, agora, fazem toda a diferença. Mas, será um otimismo irresponsável ? Ou o otimismo do avestruz, que esconde a cabeça na terra até passar o perigo ???

Não... Nada disso... Enquanto naufragam as bolsas no mundo inteiro, fábricas são fechadas na China, temos mais de 500 mil desempregados no Brasil(isso só no mês de dezembro de 2008), ainda há lugar para o otimismo. E a esperança. Mas, justamente, é algo que chega para chamar a uma nova visão do mundo.

Chamar a atenção para tudo que se viveu mal. E, para colocar a vida nos eixos de novo.
Agora, por que a crise, a miséria, a desgraça, nos faria algum bem ? Pois é apenas nesses momentos que nos lembramos que somos humanos, que somos falíveis, que somos vulneráveis. E isso aumenta nossa empatia e nossa solidariedade. Afinal, a desgraça, a miséria, o infortúnio são os grandes niveladores. Graças a eles todos os homens se tornam iguais, já que, no sofrimento, na morte, na dor e na penúria, todos se igualam, todos se parecem, todos se irmanam... E, estamos precisando mais disto. Mais de empatia. Mais fraternidade. Mais solidariedade.

A luta pela sobrevivência, nem seria tão luta assim, caso não fosse a propaganda do sistema selvagem em que vivemos. Propaganda essa que apregoava: Leve vantagem em tudo, passe todos para trás, viva o momento... Pois bem, fomos rezando por essa ladainha, e, o resultado está aí

Não temos fé no futuro, não temos amor no coração, não temos dignidade, não temos nem carinho pelo próximo nem humanidade nos sentimentos. E aí chega a crise, para nos mostrar que, se somos gigantes, nossos pés são de cristal, e, quebram facilmente. Bem diz o ditado, quanto maior o homem, pior a queda. E toda essa propaganda, que nos enfiaram goela abaixo, só vem a perverter o que é mais nosso, nosso último recôndito, nossa parte ainda humana. Tal é a inversão de valores, que temos hoje pessoas sozinhas, por terem sido educadas a procurarem "um bom partido". Só que a crise faz as máscaras caírem, pois com a pobreza solta e generalizada, não existem mais "bons partidos", existem aqueles que aparentam. E, as aparências desvanecem, logo logo. Temos famílias tradicionais, que guardam só os maus hábitos dos tempos das vacas gordas e vivem do nome imponente de outrora.

E, digo mais, aqueles que vivem de trambiques, de rezar pela cartilha do Gérson, de levar vantagem em tudo, esses também vão ficar com a cara no chão, já que a crise pede um choque, um choque de ética, para podermos navegar para fora dessa tormenta .
Assim meus caros, reflitam bem, pensem bastante. Da próxima vez que passarem por um ser humano revirando uma lata de lixo, em busca de qualquer coisa, pensem nele como alguém igual a todos nós. E, que dadas as circunstâncias que estamos vivendo, nossas realidades se aproximam cada vez mais.

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