segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Do Destino Ninguém Foge


Conta-se que essa história aconteceu, há muito tempo atrás, na Índia. E, é uma história de amor. De amor maior do que qualquer coisa.



Havia num pequeno principado, um justo e nobre príncipe. Este era casado com uma jovem esposa, e, a amava de todo o coração, alma, pensamento e desejo(não devemos nos esquecer que foi na Índia que o Kama Sutra foi escrito, e, tanto o desejo quanto o prazer sexual é encarado sem medo e sem culpas por eles).

O casamento deles já durava três anos, de plena felicidade, quando sua esposa engravidou. O príncipe ficou extremamente contente, exultante de alegria, com a chegada de um herdeiro, que o sucederia no trono e continuaria sua nobre linhagem.

Tudo era alegria e felicidade, para os dois, tanto o marido quanto a esposa faziam planos, vislumbravam o futuro e sentiam que sedimentavam seu caminho, com paixão, amor e esperança.

Passados os meses, o nascimento da criança chegou. O príncipe não estava no principado, viajara em missão diplomática a outro território, o qual estava em disputa com outro reino vizinho.

Um emissário foi despachado para informar-lhe, e, ele regressou prontamente.

Infelizmente, a tragédia projetou sua sombra nefasta naquele principado. A jovem esposa teve uma hemorragia no parto e não resistiu, vindo a falecer logo depois de dar a luz.

Quando o príncipe chegou e soube do acontecimento, seu coração se encheu de terror e desespero. Todos seus sonhos, todos seus projetos, agora tinham abruptamente sido interrompidos. Seu desgosto foi tão grande, que nem apreciar o filho recém nascido conseguiu.

Sua depressão, no entanto, foi apenas aumentando com o passar dos dias. E os dias se tornaram semanas, e as semanas, meses.

Porém, sua tristeza, nada era capaz de aplacar. Decidido a mudar de vida, já que nada mais lhe importava, resolveu renunciar em favor de um irmão mais novo, chamou seu criado mais fiel e deu seu filho a ele para que fosse criado de forma humana e nobre, para um dia, lhe suceder no trono.

E, saiu pelo mundo, carregando dor e mágoa, tentando achar um sentido para sua vida então.

Em sua peregrinação, chegou a um mosteiro budista, e, encantado com o tipo de vida que os monges levavam, decidiu ele mesmo tornar-se monge, para esquecer sua vida passada e se dedicar ao mundo, como uma forma de esvaziar sua dor.

Nisso, passaram-se catorze anos. O jovem príncipe, criado pelo servo mais fiel de seu pai, desenvolveu com ele uma relação de amor filial( já que seu verdadeiro pai estava ausente) e, era feliz naquela vida, sem saber do que sucedera ao seu verdadeiro pai.

Acontece porém, que os problemas de fronteiras com reinos vizinhos pioraram com o passar do tempo. Talvez a ausência do antigo príncipe, que era hábil negociador, tenha contribuído para isso. Mas, com os ânimos acirrados e sem nenhuma perspectiva de paz, o inevitável aconteceu: O principado foi atacado e saqueado por um dos reinos vizinhos, e, a destruição não foi pouca. A família real foi dizimada, e, o jovem herdeiro, por passar-se por filho do servo foi poupado. Mas, este também foi morto.

O jovem então deu as costas à destruição que restara do principado. Estava com o coração amargurado e pesado, saindo sem rumo pelo mundo.

Ocorre que, o caminho que ele trilhou o levou finalmente ao mosteiro budista, o mesmo que catorze anos antes seu verdeiro pai tinha chegado, e, que agora era o monge abade. Quando o jovem ali chegou, o monge abade(seu verdadeiro pai) lhe reconheceu, porém nada disse naquele instante. O aceitou como um aspirante, e, começou a treiná-lo nas duras lidas de um monge budista.

Assim meus amigos, era o destino deles ficarem juntos, e, nem todas as coisas que aconteceram puderam separa-los. Viveram sua relação de pai e filho como mestre e pupilo, e, graças à grande sabedoria divina, o mal foi reparado.

Felicidades a todos que leêm minhas mal traçadas linhas. Gâssho!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário