quinta-feira, 30 de abril de 2009

Com as Pedras que Me Jogaram, Construí o meu Castelo




Amigos, quantas situações que vivenciamos, em que as pessoas que nos querem mal acabam por nos fazer um bem, nos impulsionando a ir mais longe ???

Leiam este texto, uma história até bem conhecida, de como o mal que nos desejam e nos fazem pode nos empurrar adiante, e, nos fazer ir além dos nossos limites...

Há uma parábola sobre um agricultor cuja velho cão caiu em um velho poço seco .

Após avaliar a situação, o agricultor se compadeceu com o cachorro, mas decidiu que nem o cão nem o poço valiam a pena salvar.

Em vez disso, ele planejou enterrar o velho cão, no poço e aliviá-lo de seu infortúnio.

Quando o agricultor começou jogar terra no poço, inicialmente, o velho cão entrou em pânico.

Mas então ocorreu ao cão que toda vez que uma pá de terra era jogada nas suas costas ele poderia se sacudir, botar a terra pra fora e subir no monte de terra que ele sacudiu.

Isso então, ele foi fazendo, pá após pá de terra. Sacudir e subir, agitar a terra pra fora e escalar o montinho de terra.

O cão então tornou a encorajar-se.
Não demorou muito, o cão emergiu , triunfantemente fora do poço. O que ele pensou que iria enterrá-lo, na verdade, beneficiou-lhe, tudo por causa da maneira como ele manejou a adversidade.

Assim, no nosso dia-a-dia, observemos como nos fazem mal, como nos colocam obstáculos, como nos impedem a passagem... E, sejamos corajosos como este velho cão, que mesmo na pior adversidade, encontrou o caminho para, literalmente, sair do buraco.

Deus os abençoe amigos.

domingo, 5 de abril de 2009

Se tu vens às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.


Amigos, tenho estado bem ocupado, mas, encontrei essa imagem na net... E, me veio a raposa do Pequeno Príncipe à mente... O delicioso diálogo da raposa é uma das melhores partes (senão a melhor) do livro de Saint-Exupéry...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem
- Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
-Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
-Começo a compreender, disse o principezinho.
-Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
-É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam.
galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me
aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de teus passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem fugir para debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha
longe, os campos de trigo?
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo ...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo
amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não
têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um cativa-me!
-Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
-É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto ..
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca há hora de preparar o coração ... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com
dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta feira então é o dia maravilhoso!


Amigos... Possamos olhar ao mundo com toda a inocência que a criança dentro de Antoine Saint-Exupéry olhou... E, com sua candura, questionou o mundo dos adultos. Muita paz!!!